Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro

 Com seu nome oficial sendo Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, é um local com uma arquitetura peculiar e um marco na história da cidade, por ser a primeira construção feita já com o objetivo de ser catedral. Antes dela, quatro igrejas já construídas serviam de locação para catedral. Um terreno foi cedido para a construção de uma catedral própria, que foi concluída em 1976 e consagrada 3 anos depois. 

 A catedral não é muito rica em ornamentos estéticos, mas sim em ideológicos, com bastante simbolismo. A arquitetura brutalista predomina na construção, fazendo ela parecer inacabada ou com falta de pintura. Outro exemplo desse tipo de arquitetura no Rio de Janeiro é a passarela do samba. Com aproximadamente 96 metros de altura e 106 metros de diâmetro, ela tem capacidade para mais de 20 mil pessoas, o que pôde ser comprovado quando houve uma missa realizada pelo papa João Paulo II. 

 Na ponta da pirâmide, seria construído um restaurante panorâmico, que pode ser visualizado nas aberturas das janelas no topo. Entretanto, não houve verba suficiente para completar esse projeto nem pessoas interessadas em investir. Além disso, há espaço para elevador que também ainda não foi construído. Também, ainda não houve dinheiro para colocar o sétimo sino no campanário, que tem o objetivo de representar as sete notas musicais.

 Na porta da frente da catedral existe um portão com 48 quadros de bronze com desenhos que simbolizam a vida cristã, que pesa cerca de 8 toneladas. Além disso, a igreja possui 12 colunas, significando os 12 apóstolos. Toda a construção parece remeter à escadas, que representa as dificuldades da vida até conseguir chegar ao céu. No teto do interior da igreja, é possível visualizar uma cruz grega (tem todos os lados iguais), que mostra o conceito de igualdade entre todas as pessoas e, em conjunto com a ideia das escadas, indica que no momento em que conseguimos superar as dificuldades e escalar os degraus, nos aproximamos mais da luz e, por consequência, de Deus.

 Na representação da cruz em calvário, Jesus está sendo auxiliado por sua mãe e por São João Evangelista. Os cabos de aço que prendem a cruz formam um terço. Embaixo da cruz há uma forma redonda, que significa o mundo abaixo de Cristo ou, como alguns dizem, uma romã, que é o símbolo da ressurreição. 

  

Os vitrais da catedral são braços de luz, ou seja, os desenhos podem ser vistos por causa da luz do sol, e eles representam a Igreja, cada um deles representando algo sobre ela:

• Una: Verde - o desenho é mostra um pastor com seu rebanho (Cristo com seus fiéis), uma bíblia (doutrina), uma representação do papa e do bispo, um cálice com uma hóstia. As curvas azuis significam o caminho que leva à Deus;
• Santa: Vermelho - vê-se uma coroa de espinhos e pessoas rezando. Curvas amarelas e azuis levam à Deus;
• Católica: Azul - uma cruz em cima de um globo mostra como a igreja é universal, ou seja, divulgada para todas as raças pelos quatro evangelhistas, que são João (representado por uma águia), Matheus (homem), Lucas (touro) e Marcos (leão). Também há a representação de quatro homens, de todas as raças, com cada homem cabendo dentro de oito espaços, mostrando como nenhuma raça é mais importante que a outra. O caminho verde e amarelo leva à Deus;
• Apostólica: Amarelo - Pedro está com a chave do céu da mão, além de também haver a representação de um padre, bispo e o papa, demonstrando a hierarquia dentro da igreja. Duas espadas brancas cruzadas simbolizam a morte de São Sebastião. Vê-se também os pregos que prenderam Jesus na cruz e o santo sudário que cobriu seu corpo. O caminho vermelho e roxo representa a elevação ao céu.

 Atrás do altar mor há uma capela, que é onde as pessoas que buscam um local mais quieto, com menos apelo turístico, podem rezar. Para quem está dentro dessa capela, parece que a cruz grega no teto fica mais baixa. Assim, essa ilusão de ótica cria uma reflexão em quem a vê: Por eu estar rezando, consigo chegar mais perto do céu? 

 A foto acima mostra o ossuário que fica no subsolo da catedral, que é um local para guardar ossos permanentemente, sendo um diferencial já que a maioria dos lugares remove os ossos após passado um tempo considerável. A cripta é chamada de Capela das Almas. Além disso, existe o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, também no subsolo, que abriga mais de 5 mil peças registradas, como esculturas, pinturas, mobiliário, prataria, porcelana, joalheria etc.

  

  Em frente à Catedral, fica o prédio Ventura, que tem duas torres e foi construído para formar uma cruz vazada, que pode ser visualizada em diversos pontos da cidade, como na foto acima, que foi tirada no bairro de Santa Teresa.

  A Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro atrai turistas de diversos locais, por ser um espaço que pode ser admirado por qualquer pessoa, independente de sua crença religiosa. A arquitetura de igrejas é algo que desperta bastante interesse, e a dessa catedral, particularmente, é bastante curiosa. Vale a pena conferir pessoalmente para conseguir observar todos os detalhes que não podem ser fielmente captados por fotos. Ela fica na Av. Chile, 245, no centro do Rio. Está aberta para visitação todos os dias das 7h às 17h. O museu fica aberto toda quarta feira, de 9h às 12h e de 13h às 16h, e nos finais de semana apenas de 9h às 12h.